sábado, 27 de maio de 2017

Os Cainitas



As intenções expressas de públicar este artigo não são de enganar as pessoas despossuidas de ampla cultura a cerca do tema maçônico;  numerosos fanáticos de todos os credos e organizações secretas trabalham servindo a sórdidos interesses a serviço de uns poucos iniciados, porém faz-se necessário se por a descoberto  os ensinamentos iniciáticos e a simbologia destas sociedades, deixando claro aos testamenteiros dos farsantes, de que existem outros que também conhecem do mesmo assunto (*)
Dos recompiladores das ideias rosacruces e maçonicas podemos citar a Max Heindel, autor do livro "Maçonaria e Catolicismo", de quem vamos tomar algumas citações sobre o conteúdo ideológico que exponhe o autor, sem dúvida contaminado por influencias externas dos possuídores da Sabedoría Esotérica, tomando ao mencionado autor ao pé da letra como certas alegorias são passadas pelos sábios da Antigüidade e errando na apreciacição dos conceitos dos quais fui incapaz de compreender: "Assim, disse Caín, tú, Hiram, estás destinado a morrer sem ver realizadas tuas esperanças; pela viúva  lhe nascerão muitos filhos que manterão viva tua memória ao rolar dos séculos até que aparecerá um maior que tú. Não despertarás até que o Leão de Judá te levante com um poderoso rasgo de suas garras. Hoje recebeste o batismo do fogo;  porém ele te batizará com agua e com o espírito; a ti e a todo filho da viúva que a Ele vá. Será maior que Salomão e edificará uma Cidade e um Novo templo aonde adoram as Nações.
Os filhos de Caín e as filhas de Seth se encontrarão em Paz no Mar de Cristal. E assim como Melquisedec, Rei de Salem e Sacerdote de Deus, ministro de Abraham, o Pai das Nações, quando a Humanidade estava todavía em sua infância, assim a nova luz reunirá em sí os oficios do rei e Sacerdote da ordem de Melquisidec. Julgará as Nações com a Lei do Amor e a qual vencer será dada uma pedrinha branca e nela está gravado um nome que servirá de chave para entrar no Templo, de onde se verá ao Rei cara a cara".
Para poder comentar estas breves linhas com absoluta claridade exige possuir-se não sómente o conhecimento histórico da época, possuir-se alguns fundamentos teológicos amplos e um certo domínio da Kabala hebraica, senão, que é preciso conhecer a tradição alquímica e o suporte cabalístico contido no Antigo Testamento. Recordemos que Caín é o primeiro filho de Eva, seu pai é a "Serpente" chamada Samael;  e levam  a semente da raça criadora dos Servidores do Fogo (cainitas) que são operários e técnicos na Antigüidade que entrarão em graves conflitos com os adamitas (descendentes de Adán) que os invejavam por sua inteligencia. A tradição bíblica reconhece a informação de que eles eram os Arquitetos da idade antiga. Examinaremos esta palavra -arquitetos- desde o ponto de vista da cábala fonética com respeito a lingua-mãe, grega e latina -ARCHETEKTON- a decompomos em duas palavras: ARCHE, que significa materia prima (da qual se compõe a pedra dos Filósofos), também conecta-se com o vocábulo ARCHEUM, que significa ARCANO, no sentido da operação alquímica na elaboração da pedra filosofal.
TEKTON significa CONSTRUTOR, fabricante, quem elabora algo.
Unindo estas duas palavras obtemos a palavra ARQUITETO que não é somente quem constrói edificios,  senão também quem possuía na Antigüidade o conhecimento dos arcanos alquímicos. Por tanto ARQUITETO é sinônimo de ALQUIMISTA no jargão tradicional da Maçonaria.
HIRAM, o descendente de Caín, é o protótipo do "macho" puro. É viril e poderoso; portanto é o símbolo do Enxofre alquímico. Há de se evitar a confusão cabalística entre "vir" macho e "vis" força, que sempre vem conjugadas, na Alquimia, no enxofre morre na primeira conjunção. Nascendo, sua cor é de fuligem negra e por isso você não pode ver jamais suas esperanças realizadas. Submetido a tratamentos térmicos mediante a alternação dos processos de secagem e umidificação da alquimia ele renasce, convertendo-se no poderoso Leão de Judá, rei da selva, capaz de rachar o solo com uma única patada que ruge ao despertar graças a ajuda do grande ajudante catalítico e salino elaborado da rosa cruz. Usualmente se utiliza a via seca  (caminho da mão direita), também chamada de batismo de fogo, ou o batismo de METE na religião dos mistérios da época romana.
Não nos esqueçamos de que a linguagem mais diplomática é o Frances, pois tendo evoluído do latim ainda conserva muitas agregações de suas raízes (gregas) conservando alguns significados até a atualidade. Rosa Cruz em Frances se escreve ROSE-CROIX, palavras que tem o mesmo som que ROSEE (orvalho) e CUIT(cozido), do que se elabora os três catalisadores  na alquimia tradicional (atenção aos que fazem parte das correntes 93!, a despeito da alquimia na magia sexual). O caput mortuum é transformado no selvagem e poderoso Leão de Judá.
O batismo da água simboliza por um lado a via úmida do Azot, assinalada por todos os experts  que  pretendem introduzir o neófito por esta tortuosa e lenta brecha;  contudo, a citação do texto tem o significado das inibições alquímicas do Azot pelo citrino mercúrio que o transforma em uma goma arábica (sulfurosa) que nos mata a sede, permitindo desta forma travar o combate contra o mercúrio verde, sem precisar chafurdar nos cenários úmidos e pegajosos nos que se desenvolve o ígneo combate entre a rêmora e a salamandra.
Os Adamitas (filhos de Adão) são pessoas muito espiritualizadas; estão as serviço de Jehová e formam a casta sacerdotal da antiguidade, conforme o passar do tempo passam a invejar os Cainitas, julgando-se incapazes de dominar a tecnologia dos mesmos, o coração deles se endurece chegando a ruindade e levando-os ao enfretamento fratricida que se mantém ao longo do tempo da construção do templo.
As características físicas dos povos Adamitas são de conformação puramente femininas, o que os fazem evitar o "Batismo de Fogo". Ao batizarem-se com água tentam manter viva a idéia  de que não se pode misturar as raças. Na pira batismal se evocava o espírito da Lua para os filhos de SET. Esta pira é conhecida na bíblia como mar de bronze. E a água batismal se transforma no próprio sangue menstrual (os mistérios da transubstanciação da missa, "a água se convertendo em sangue ou vinho por analogia") também conhecido como Mercúrio Citrino. Para evitar o acesso ao Mercurio citrino do mar de bronze, se proibi aos cainitas acesso ao templo, assim como Caim foi expulso do  Jardim do Eden e condenado a vagar por todo o universo conhecido.
Salomão, um rei sábio conhecia a maquinações de seus súditos adamitas e os homens de Hiram, cainitas. Demonstrando sua sabedoria abstendo-se de intervir nas desavenças, esperava que fracassa-se o plano Hiramico de penetrar no mar de bronze por ele idealizado, e completar suas mágicas propriedades. Salomão não gostava de Hiram, por conta do mesmo haver-lhe lhe tomada a noiva que era a Rainha de Sabá, com ela se casou e teve uma  numerosa descendência.
O mar de Bronze estava cheio de água batismal como proteção ante ao elemento fogo. Hiram rastejou para dentro do templo com intuito único de enche-lo de metal ardente, esquecendo-se porem de deixar a água escoar, ao derramar os frascos no interior do recipiente foram registrados poderosos abalos, que faziam tremer céus e terras enquanto os líquido se misturavam. Estremecendo frente ao caos imperante Hiram cobriu o rosto.
Do centro da amalgama em formação pela mistura dos líquidos surge a trovejante voz de Caim ordenando a Hiram a mergulhar no mar de bronze. Hiram obedece ao que lhe fora ordenado, neste momento sente-se como se tivesse desintegrado enquanto atravessa os nove portais do conhecimento, até ficar adiante da presença de Cain.
Este entrega a Hiran, uma nova palavra, um novo martelo e um anel com as instruções para fazer a mistura da água e do fogo de maneira correta.
Levantando os véus para os não iniciados, podemos observar que os Adamitas  representam o Mercurio, tão afetado pelas influencias lunares e astrais no curso da elaboração pétrea da Grande Obra.
A tríplice imersão do Mercúrio no orvalho libera o citrino, ou sangue menstrual que recebe o enxofre, pouco a pouco. e o prepara para batalha que é a fervura, vapor. O resultado destas nove batalhas é a pedra branca citada em vários textos simbólicos alquímicos. Conhecida como FIAT no Genesis. Chave do templo e futura esposa dos reis dos metais, com quem o operador se verá cara a cara, e pelo qual chamará intensamente durante a longa elaboração da pedra filosofal. O anel e o martelo obtidos por Hiram tomam a forma da Rosa e da Cruz, símbolos herméticos e chaves da via seca na elaboração da pedra. A remora tem forma circular e se coloca no fundo da mistura nesta composição, igual a São Pedro que fora crucificado de cabeça para baixo.


EPÍLOGO
            Aproveita este conhecimento para o desenvolvimento de sua liberdade e inteligencia criadora.  Liberte-se da prisão psiquica dos fanaticos e loucos que pretendem possuir a razão de todas as coisas em suas verdades unícas. Ponha suas forças em sua mente e não busques a alquimia visando lucro, se não pelo serviço altruista cujo o espirito se manifesta em todos os autores desta ciencia tradicional. A liberdade começa por ti mesmo, desfrute dela, e ensina aos demais  a dela desfrutarem tambem.

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