sábado, 13 de maio de 2017

O inimigo intimo.

O inimigo intimo.
A passagem do estado animalizado para graus de consciência mais elevados, sempre é para todo e qualquer ser humano um período de complexas mudanças. Coisas que antes lhe chamavam a atenção ou situações que o perturbavam completamente, agora deixam-no vazio ou sem inspiração. As coisas parecem ter perdido seu significado usual.
Antes destes períodos, a consciência imersa nos medos deixa-se levar pelos impulsos do ego, aceitando deste os impulsos e tornando-se quase que inativa. Esta inversão de valores é descrita em todas as tradições místicas e religiosas e quase sempre traduzida pelo arquétipo da queda.
Não estou aqui a apregoar que o EGO seja o grande vilão da história, só que convivendo sem censura e apoiado por seu primo-irmão medo, ele torna-se por demais ávido por uma reafirmação constante. Esse medo profundo e a necessidade de validação externa podem ficar muito tempo escondidos como o verdadeiro motivo de muitas de nossas ações. Toda nossa vida pode ser construída em cima disto, sem que você tenha a mínima ideia disso.
Apenas sentimos a vida se emaranhar em uma cascata de situações, amores perdidos e sonhos desfeitos. Ou quando muito, vemos nossas vidas paradas em situações tão distorcidas que não conseguimos ver nelas nada daquilo que almejamos um dia em nossas existências.
O mundo é um espelho e não um campo de batalha como acha o ego eclipsado pelo medo. A resposta dele sempre soará tal e qual a ultima nota emitida por sua própria vibração. Se a nota tocada é a da não realização toda a sonata também soará por aí. Esta sinfonia funciona mais ou menos assim :
“Sua consciência vibra amor, esta mensagem é recebida por aquele que é o responsável por dar destinação, fazer a escolha do próximo frame do filme de sua vida, para que a vontade da consciência e o aprendizado inerente da mesma se cumpra, e este alguém é o ego. Quando eclipsado pelo medo, faz a escolha errônea de um tipo de relacionamento que tem todos os pontos para dar errado. Porque o amor se transforma simplesmente na condição de posse e perda daquilo que se pretende.”
O exemplo acima, não é valido tão somente na condição de relacionamentos , ele se encaixa em todas as áreas de existência, tal como o não despertar de faculdades necessárias para o desenvolvimento de algum dom artístico por exemplo.
O pleno exercício do livre arbítrio nunca nos foi negado. Nós desenvolvemos a condição de prisioneiros por nós mesmos, e ficamos totalmente atávicos a estes padrões emocionais robotizados, nos maltratando, deixando de viver, e por vezes chegamos a um estado de torpor tão grande que sequer questionamos o porque disto, e quando em algum lampejo tal pergunta nos passa pelo pensamento, o ego imediatamente a exterioriza tratando o problema na periferia.
Também a proposta não seria a de sermos paladinos destemidos, pois quem não teme é um idiota. Medo como regulador dos passos, como um sinalizador de cuidado é sempre louvável, mas o medo descabido e desconhecido, que pior que te impedir a caminhada , te guia por caminhos tortos, este deve ser evitado.
Então a coisa mais salutar a se fazer, é voltar-se para a escuridão interior e buscar tatear nossos medos, entende-los, ver de onde brotaram, porque estes pequenos e danosos seres não resistem a uma única centelha de luz inquisitória. Uma vez com eles mapeados o EGO tonará a voltar ao serviço do ser maior que é sua consciência (ésta em um aspecto mais amplo),e desta forma podemos assumir a nossa posição de deuses como reais manipuladores deste plano.
Creiam-me isto é possível, pois como dito a muitos anos atrás por um sábio da física :
“O mundo não esta cheio de átomos, esta cheio de ideias”.

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