Durante a imersão da Europa, pelo colapso cultural da
Civilização Greco-Romana, na estagnação intelectual e sedimentação do poder
feudal na Idade Média, apesar dos rígidos padrões de controle do pensamento e
da reflexão pela estrutura eclesiástica, surgiram vozes que se levantavam
contra o abuso e a arrogância do poder da Religião de Roma, vestígio do intento
de Constantino de transformá-la no braço espiritual do Império.
Ainda haviam
pontos isolados de luzes e de pensamento, que, como centelhas dispersas, vez
por outra se juntavam. Estes movimentos conheciam boa parte da tradição
espiritual do ocidente, ecos do pensamento de Heráclito, Pitágoras e Platão, e
procuravam recuperar a pureza do cristianismo primitivo, sem as pesadas
roupagens da ritualísticas e dos dogmas romanos.
Entre as mais
famosas dessas correntes rebeldes, predecessoras da Reforma Protestante e do
movimento de liberdade de consciência, base da separação moderna entre Igreja e
Estado, temos o movimento da Igreja Cátara, que representou de fato - por sua
proposta quase socialista, e da responsabilidade individual - uma séria ameaça
à hegemonia da Igreja Católica.
Outro movimento,
porém de alcance menor e menos "subversivo", mas não menos
potencialmente renovador, parece ter sido o da Ordem dos Templários,
contemporâneo dos Cátaros e, de início, apoiada pela própria Igreja de Roma.
Antes de nos voltarmos a estas duas, temos de precisar o
que foi e como se fez o poderio da Igreja Romana na Europa.
A Ascenção da Igreja
Católica Romana
O movimento cristão - de início, um movimento emergido no seio do judaísmo na palestina, e logo espalhado por outras regiões do Império, Ásia Menor e Norte da África - deitou raízes em vários quadrantes, de onde surgiram vários grupos com suas próprias tradições interpretativas da mensagem de Jesus.
As comunidades da Ásia Menor, da Grécia, de Alexandria e
de Roma formavam Igrejas independentes, ainda que mantivessem contato umas com
as outras. Porém, devido à sua localização, a comunidade de Roma tinha um certo
destaque, que seria ainda mais reforçado quando Constantino reconheceu e
oficializou o Cristianismo, tendo em mente, entre outras coisas, a utilizá-lo
como cimento espiritual do Império.
Logo após, porém, Constantino dividiu o Império em duas
partes, a do Ocidente, com capital e Roma, e a do Oriente, em Constantinopla. A
Igreja igualmente teria duas cabeças principais, uma em Roma, tendo por língua
oficial o Latim, e outra em Constantinopla, tendo por língua oficial a mesma
que já vinha sendo a língua geral desde o início do Império, o Grego (que
também foi a língua em que foram escritos e traduzidos os primeiros livros
cristãos). Roma teria o Bispo, chamado posteriormente de Papa, e
Constantinopla, de Patriarca.
O que, de início, começou como uma religião dos oprimidos
do império, indo dos povos colonizados, passando pelos escravos e grande
maioria de plebeus, constituía, apesar da perseguição oficial do Império, uma
crescente comunidade no sentido lato do termo, um comunismo autêntico, gerado
pela compreensão da dor mútua e da partilha de ideais de igualdade e
fraternidade. Porém, os dominados passaram a ser muito mais numerosos que os
dominantes e, com a entrada destes, por interesses políticos diante da
transformação do Império, os dominadores acabaram tornando-se novamente
preponderantes e passaram a exigir que o Cristianismo abrigasse práticas e
detalhes dos antigos cultos pagãos. Daí os sacerdotes católicos com seus
altares, missais, estolas, mitras, etc. O fator político-econômico passou a
moldar o Cristianismo oficializado, tendo seus aspectos originais sido
deturpados pela simbiose Cristianismo de Constantino/religião pagã.
Ao longo do século V, porém, a Igreja Romana viveu sérias
ameaças à sua sobrevivência e, por volta de 490, a situação tornou-se
desesperadoramente precária, isto porque, com a mudança da maior parte das
pessoas para Constantinopla, a ex-grande cidade ficava à mercê das invasões
bárbaras do norte da europa.
E a igreja de Roma estava ainda muito longe de ter a
hegemonia do poder espiritual na cristandade dentro e fora do Império, processo
inevitávelmente ligado à implosão ocidental deste - agravada pelo fato de
Constantino haver transferido a côrte de Roma para Constantinopla.
Pouco antes da transferência, entre 384 e 399, com o
apóio oficial, o bispo de Roma já era denominado papa, mas isto não significava
muito pois sua condição oficial, em termos de cristandade, era bem diferente do
que passou a ser alguns séculos mais tarde quando passou a desempenhar o papel
de líder e cabeça suprema do cristianismo ocidental - Os gregos e outras
comunidades do leste europeu e da África e Ásia jamais aceitaram esta condição,
no que resultou no cisma entre as Igrejas Católica Romana e Católicas Ortodoxas
no século XI.
Na verdade, até o século V o papa era uma figura que
representava apenas uma função centralizadora de interesses velados do colégio
eclesiástico romano, que já possuía e investia pesado em uma supremacia
teológico-política.
Mas esta era apenas uma escola dentre muitas outras
linhas do cristianismo, todas lutando por manterem-se vivas e adotarem
livremente seus pontos de vista a respeito da mensagem do Cristo.
A Igreja de Roma, sob pressão de Constantino, que a
rigor, continuava sendo um crente dos cultos a Mitra e do Dol Invictus, cuja
festa máxima era comemorada no solstício de inverno, no dia 25 de dezembro,
lutava desesperadamente para sobressair-se dentre as demais, combatendo uma
grande variedade de pontos-de-vista teológicos diferentes dos seus. Apesar de
encravada no coração do Império, de início a Igreja de Roma não possuía
moralmente maior autoridade que outras, como, por exemplo, a Igreja Grega ou a
Igreja Celta. E sua autoridade não era maior que a de outras correntes cristãs
ainda mais distantes, do leste e o oeste de Roma.
Se a Igreja de Roma quisesse sobreviver à derrocada do
Império (na verdade, sendo uma tentativa de manter alguma coisa deste) que se
esfacelava diante das invasões bárbaras e, ainda, criar uma hegemonia sobre
todo o pensamento cristão, exercendo uma grande autoridade e poder, ela
necessitaria do apóio de um reino forte e de uma poderosa figura secular que
pudesse representá-la resgatando um pouco da mística do Império dos Césares,
impondo grande reverência e respeito.
Daí que, para que o mundo cristão evoluísse segundo a
doutrina romana, a Igreja Católica deveria ser disseminada, implementada e imposta por meio da força secular - uma
força suficientemente poderosa para enfrentar e finalmente extirpar o desafio
das outras escolas cristãs.
Por volta de 486, um rei bárbaro, o rei franco-merovíngeo Clóvis, tinha expandido extraordinariamente a extensão de seus domínios, anexando reinos e principados adjacentes e vencendo várias tribos rivais. Cidades importantes passaram a fazer parte de seu reino, como Troyes, e Amiens, nas regiões da Gália. Em pouco mais de 10 anos de conquistas, Clóvis era o chefe mais poderoso da Europa Ocidental. E foi em Clóvis que a Igreja Católica tinha achado um campeão para seus interesses. E foi através de Clóvis que a Igreja Católica finalmente iria conseguir estabelecer uma supremacia que não foi seriamente questionada - devido à "Santa" Inquisição - na Europa por mais de mil anos.
Por volta de 486, um rei bárbaro, o rei franco-merovíngeo Clóvis, tinha expandido extraordinariamente a extensão de seus domínios, anexando reinos e principados adjacentes e vencendo várias tribos rivais. Cidades importantes passaram a fazer parte de seu reino, como Troyes, e Amiens, nas regiões da Gália. Em pouco mais de 10 anos de conquistas, Clóvis era o chefe mais poderoso da Europa Ocidental. E foi em Clóvis que a Igreja Católica tinha achado um campeão para seus interesses. E foi através de Clóvis que a Igreja Católica finalmente iria conseguir estabelecer uma supremacia que não foi seriamente questionada - devido à "Santa" Inquisição - na Europa por mais de mil anos.
O pacto estabelecido entre Clóvis e a Igreja assegurou um
triunfo político para ambas as partes. Ao primeiro assegurava legitimidade numa
época em que os ideais cristãos suplantavam os pagãos, e à segunda era
assegurada sua sobrevivência, consolidando-a como igual, em condições, à Igreja
Ortodoxa Grega, de Constantinopla (muito influente por conta do Império Romano
do Oriente, vivo e palpitante até o século XV). Isto faria a Igreja de Roma
estabelecer-se como a suprema autoridade espiritual - com base na força militar
do reino franco-merovíngeo - na Europa Ocidental.
A conversão e o batismo de Clóvis marcariam o nascimento
de um novo Império Romano, pretensamente cristão, baseado na Igreja de Roma e
administrado, ao nível secular, pelo reino franco e pela linhagem merovíngea -
posteriormente traída e derrubada pela própria Igreja.
Com poderosa eficiência, a fé católica foi imposta pela espada, e os traços das outras igrejas foram, a partir de então, afrontados pela força e irremediavelmente apagados (em parte) da história; com a sanção da Igreja, o reino franco expandiu-se para o leste, englobando a maior parte da França, Alemanha e outros países modernos.
Com poderosa eficiência, a fé católica foi imposta pela espada, e os traços das outras igrejas foram, a partir de então, afrontados pela força e irremediavelmente apagados (em parte) da história; com a sanção da Igreja, o reino franco expandiu-se para o leste, englobando a maior parte da França, Alemanha e outros países modernos.
Dois séculos mais tarde, a Igreja já era suficientemente
poderosa para achar que a linhagem merovíngea de Clóvis começava a ser um
empecilho. Dagobert II, descendente de Clóvis, foi um rei forte que conseguiu
domar a anarquia que, antes dele, começava a dominar o reino franco,
restabelecendo a ordem, e reconhecendo os interesses políticos e, portanto,
cada vez mais, menos espirituais da Igreja.
Tanto assim que ele parece ter abortado deliberadamente
as tentativas desta de se expandir ainda mais. E, em virtude de se ter casado
com uma princesa visigoda (cujo povo, apesar de declarar fidelidade a Roma,
tinham um imensa simpatia por idéias consideradas "heréticas", ou
seja, por interpretações da mensagem de Cristo não aceitas pela ortodoxia
latina) havia adquirido um imenso território, onde hoje é o Languedoc, região
Sul da atual França e base dos futuros Cátaros. Dagobert parece ter adquirido algumas das tendências “arianas”
que questionavam a autoridade da Igreja. Com tudo isso, não é de se estranhar
que ele tenha obtido inúmeros inimigos políticos, entre eles seu chanceler,
Pepino, o Gordo, que, alinhando-se com outros inimigos e com a Igreja,
planejaram o assassinato de Dagobert e o extermínio da linhagem Merovíngea.
Cabe salientar que, dois séculos após sua morte, Dagobert
II foi canonizado, como uma forma de encobrir a traição visível da Igreja ao
pacto que fizera com Clóvis.
Os Cátaros
Nas palavras da
Igreja Romana, no século XII a região do Languedoc estava "infectada"
pela heresia de um movimento considerado por ela como nocivo, chamado de
catarismo , e ,pela Igreja de "a
lepra louca do sul" (não suportava a Santa Madre Igreja qualquer concorrência ao seu domínio espiritual
e político nem tolerava qualquer interpretação espiritual fora das instruções
romanas).
Embora fosse
sabido por todos, em especial nas regiões adjacentes ao Languedoc, que os
adeptos dessa heresia fossem essencialmente pacíficos e muito estimados pela
população local, tendo muitos nobres ente eles. Tal movimento se constituía,
para os doutores do Vaticano, uma grave ameaça à autoridade romana, a mais
grave que Roma encontraria nos três séculos seguintes, até a chegada de
Martinho Lutero.
Por volta de 1200,
a popularidade do movimento era tal que havia realmente a possibilidade real de
que o catolicismo romano fosse substituído, como forma predominante de
cristianismo, no Languedoc, pelo catarismo que estava se irradiando para outras
partes da Europa.
E, 1165 a Igreja havia condenando formalmente o catarismo
na cidade de Albi, no Languedoc. Daí por que os conhecemos também por
albigenses. Muitas de nossas informações sobre eles provêm de fontes
eclesiásticas católicas, e criar um quadro correto dos cátaros a partir destes
documentos é como compreender a resistência estudantil brasileira, no tempo da
Ditadura, a partir dos relatórios dos militares e do DOI-CODI, ou compreender a
Resistência Francesa, na Segunda Guerra Mundial, a partir dos relatórios da
Gestapo.
Em geral, os cátaros acreditavam na doutrina da
reencarnação e reconheciam Deus não como um princípio com traços
antropomórficos puramente masculino, mas como tendo, igualmente, princípios
femininos. Na verdade, Deus estava bem acima das limitações do entendimento
humano (o que nos remete, em parte, à doutrina dos Druidas e Pitágoras e Platão). Tanto que os pregadores e professores das congregações cátaras,
conhecidos como parfaits, eram de
ambos os sexos. Sendo o ser humano criação e filiação da divindade, as
polaridades masculinas e femininas não seriam antagônicas, mas complementares,
e, portanto, igualmente importantes. Seu principal texto teológico era o
Evangelho de João e um outro texto (talvez o mesmo Evangelho de João) que eles
chamava de o Evangelho do Amor. Ao mesmo tempo, rejeitavam veementemente a
autoridade da Igreja Católica e negavam a validade das hierarquias clericais,
ou de intercessores oficiais entre Deus e o homem. Diziam eles que não
encontravam em parte alguma dos Evangelhos justificação para a estrutura
eclesial romana.
No centro desta
oposição residia um princípio extremamente importante: a fé só é real se vivida
e sentida como como uma experiência mística direta, sem passar por uma segunda
mão.
Hoje diríamos que os cátaros buscavam vivenciar uma
experiência de comunhão com Deus, ou uma experiência de transcendência, num
domínio Transpessoal, que,
antes, chamávamos de místicas. Esta
experiência chamava-se gnosis, que em
grego significa "conhecimento", e era privilegiada sobre todas as
outras formas de credos e dogmas pelos cátaros. A ênfase na experiência direta
com o transcendente, o transpessoal, tornava supérfluos padres, bispos e
quaisquer outras autoridades eclesiásticas.
Assim, a Igreja, sentindo-se realmente ameaçada, tomou a
iniciativa de formar uma Cruzada (a primeira dentro da Europa e contra irmãos
cristãos ocidentais, já que cristãos orientais foram trucidados, com as bênçãos
de Roma, junto com árabes e judeus nas estúpidas Cruzadas clássicas à Terra
Santa) com o fim de extirpar de vez com a "heresia" cátara: a Cruzada
Albigense.
Em 1209, um exército de mais de 30 mil homens, desceu do
norte da Europa em direção ao Languedoc, no sul da França, para executarem uma
das maiores carnificinas da história humana. Na guerra que se seguiu, a
população tomou a espada e defendeu com ênfase os cátaros contra o despotismo
católico.
A região do Languedoc, porém, era independente da França,
tendo mais ligações com a Espanha. A cruzada, anexando toda a região à França,
além das barbaridades cruéis contra pessoas de bem, revoltou ao extremo toda a
população local, incluindo os católicos, que lutaram ao lado e a favor dos
cátaros. Assim, quando finalmente o temido e odiado líder militar da cruzada,
Simon de Montfort, foi finalmente abatido (conta-se, quando uma pedra de
catapulta lançado por uma guarnição feminina da resistência lhe esmagou a
cabeça), toda a cidade de Tolosa (atual Toulouse) explodiu de alegria. Uma
canção popular da época, em lingua Occitana, ou "Oc", muito parecida
com o português - daí Languedoc, ou língua de oc - assim comemorava:
Montfort
Es mort
Es mort
Es mort!
Viva Tolosa
Ciotat Gloriosa
Et Poderosa!
Tornan lo paratge et l'onor!
Monfort
Es mort!
Es mort!
Es mort!
Es mort
Es mort
Es mort!
Viva Tolosa
Ciotat Gloriosa
Et Poderosa!
Tornan lo paratge et l'onor!
Monfort
Es mort!
Es mort!
Es mort!
Todo
o território da região ao redor de Toulouse e Carcassonne foi pilhado e as
cidades e vilarejos arrasados sem dó nem piedade. Fogueiras imensas eram
acessas e nelas, homens, mulheres e jovens eram assados em uma selvageria e
sede de morte sem igual. Em algumas cidades, mais de 400 pessoas morreram desta
forma "cristã" em uma única noite.
Esta
febre fanática constituía o fervor cruzados, pois foi prometido pelo Papa que
todos os que participassem da "Santa Cruzada" por 40 dias e
demonstrassem eficácia contra a heresia teriam não só seus pecados perdoados,
como ainda obteriam benefícios materiais legítimos pelo saque. Só na cidade de
Beziers, por exemplo, 15 mil homens mulheres e crianças foram exterminados,
muitos até mesmo dentro de igrejas. Quando um oficial perguntou a um
representante espiritual do papa Inocêncio III, o cínico Arnaud Amaury,
arcebiso de Narbonne, como ele iria reconhecer um herege dos crentes
verdadeiros, a resposta foi: "Mate-os
todos. Deus reconhecerá os seus". Este ainda escreveu escreveu
orgulhoso a Inocêncio III que "nem idade, nem sexo, nem posição foram
poupados".... Depois os hereges maléficos eram os cátaros....
Ainda
assim, os inocentes cátaros e todos os que conviviam na região sofreram abusos
indescritíveis. Mesmo assim, "como
nos primeiros tempos do cristianismo, os cátaros continuavam a pregar suas
idéias pelos campos, nos bosques, em esconderijos e em casas de um ou outro
mais corajoso simpatizante e até nas cavernas, numa trágica simetria com as
catacumbas freqüentadas pelos cristãos primitivos. Não se entregavam, não
renegavam suas idéias, nem mesmo quando se lhes oferecia a escolha final entre
a vida e a fogueira, ou seja, entre a fé e a morte. A opção de todos - com
ínfimas excessões, uma unanimidade - era pelo sacrifício supremo, sem um gemido,
temor ou angústia" (MIRANDA, 2002, p. 252).
A guerra cruel durou cerca de
quarenta anos. Quando terminou, toda a Europa caiu numa espécie de modorra e
barbárie, e a Igreja se impôs, pelo espetáculo desumano que cometera, como a
única legítima representante de Deus, exercendo poder até mesmo em assuntos
civis e de estado, e para que se evitasse um ressurgimento da novas ameaças ao
domínio da Igreja, foi criado uma das mais cruéis, vergonhosas e desumanas
instituições da História: a "Santa" Inquisição, de triste memória, e
que deu nomes de porte de um Torquemada. Oficialmente extinta, a Inquisição,
porém, continua com outro nome: Congregação para a Defesa da Fé, tendo feito,
no século XX, novas vítimas, entre elas Pierre Teilhard de Chardin e, mais recentemente,
Leonardo Boff. O seu atual mentor se consolida na figura do Cardeal Joseph
Ratzinger. Ainda então, não queimando mais corpos, ainda pode queimar obras e
proibir idéias nas universidades católicas e nas editoras mantidas pela Igreja,
usando ainda veículos impressos e outras mídias para neutralizar quem pensar
diferente...
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