Normalmente
ao entrarmos em contato com a doutrina denominada de “magick” costumamos dar
mais atenção as regras de invocação e evocação do que prestar atenção as regras
básicas e as necessidades de deixarmos para traz as antigas maneiras de conduta
baseadas na nossa visão egóica, e desta forma acabamos por tentar vencer os
empecilhos de uma realização mágica perfeita tentando mudar o mundo a nossa a volta e não o nosso interior,
e mesmo agindo desta maneira ainda achamos que praticamos o verdadeiro
esoterismo.
Ou o homem desenvolve uma visão
diferente do universo a sua volta, ou seja, desenvolve a mente de deus, ou
nunca chegará a ter um único lampejo dos universos paralelos a sua volta.
A Besta nos diz que não devemos
revelar jamais o método pelo qual nós conseguimos nossas consecuções mágicas, e
hoje é até possível entender porque, ele gostaria que não se instaura-se uma
metanóia, um corrida de falsas informações sobre “conhecimento e conversação “
com o sagrado anjo guardião, pois somente este nome nos sugere um ser, belo,
brilhante, pungente e quando na verdade
ele também é conhecido como “verdadeira vontade”. Pronto, desta forma a
silhueta alada tomada pela primeira especulação dissolve-se por completo em
nossas vãs filosofias.
Uma destas outras formas pensamento
que nós costumamos desenvolver ao longo de nossa carreira mística diz respeito
a “verter todo o nosso sangue na taça de Babalon”. Costumeiramente imaginamos
um grande e gostoso coito no qual nos entregamos completamente ao prazer,
desejando que neste momento de expansão o ego seja completamente eclipsado, e
não tendo mais onde se agarrar o nosso Jack e Hide interior sucumba por alguns
instantes e tenhamos então a visão dos céus, e que tendo uma vez esta visão
sejamos capazes de mante-la cada vez por um período de tempo maior, até que
consigamos pleno domínio sobre este estado mental até que sejamos capazes de
repeti-lo quando e onde quisermos.
E novamente nos esquecemos ou
fingimos não ligar para as nossas fraquezas interiores, nossas mentiras,
mesquinharias, falta de confiança em nós mesmos, coisas que normalmente
sublimamos em uma conversa com os outros ou em qualquer aula sobre magia ou
yoga, tudo é fácil na teoria, afinal se levarmos tudo a sério veremos que
realmente as coisas começam em nós e terminam diretamente em nós. Devemos então
antes de mais nada deixarmos de nos auto enganar e achar que somos capazes de
conversar com os Deuses ou os anciões do conhecimento, sem antes tentarmos a
retificação interior, e também não vamos fazer desta frase uma epítome ao
sofrimento uma chamada para um mergulho nos mares das desilusões, não devemos
ficar atávicos as enormes torrentes de
joviais Cristos em imensas dores ensandecidas, fazendo de nós mesmos Mártires
de nossas loucas causas “pois somos feitos para sermos Deuses, nos tornarmos
mártires é apenas pagarmos um tributo a nossa sacrossanta incompetência”, não
tendo nada a haver com as dificuldades de um pretenso caminho espiritual.
Portanto
nobres caminhantes e aspirantes a senda mágica, repito aqui o que me foi dito
uma vez, quando acossados por algum problema devemos caminhar a volta de nosso
macrocosmos assim com são as circunvoluções feitas em nosso circulo sempre sem
perder de vista nosso microcosmos, desta maneira estaremos nos vendo por
ângulos diferentes, e devemos nos ajustar sempre para conseguirmos o equilíbrio
perfeito, ajustes são sinônimos de mudanças, não devemos ter medo de mudar,
mudar de idéia, de opinião , nossas maneiras, nossos empregos, ou seja, tudo
aquilo que nos sugere de ante mão um estabilidade, pois ela pode nos ser tão
falsa quanto todo o resto em nosso mundo de sombras. Isto nos leva também a
dissolução compulsiva de nosso ego, pois ele é incapaz de manter as rédeas da
situação em um mundo em constante movimento, pois sua natureza é evidentemente
estática.
Nos mais posso somente acrescentar
dois conselhos aos novos aspirantes, quando ouvirem dizer que “as árvores nunca
crescem até os céus”, não se deixem levar pela impossibilidade, mas
acalentem-se na beleza de saber que ainda existe a chance de serem as
primeiras, não posso deixar de lembrá-los que “os cães ladram, e a carruagem
passa”, em algumas das vezes por cima de alguns dos cães, portanto, evitem ser
mais um a ladrar a beira da estrada, os riscos para isto não são pequenos.
93.93/93
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