segunda-feira, 17 de julho de 2017

A sombra interior




Normalmente ao entrarmos em contato com a doutrina denominada de “magick” costumamos dar mais atenção as regras de invocação e evocação do que prestar atenção as regras básicas e as necessidades de deixarmos para traz as antigas maneiras de conduta baseadas na nossa visão egóica, e desta forma acabamos por tentar vencer os empecilhos de uma realização mágica perfeita tentando mudar  o mundo a nossa a volta e não o nosso interior, e mesmo agindo desta maneira ainda achamos que praticamos o verdadeiro esoterismo.
            Ou o homem desenvolve uma visão diferente do universo a sua volta, ou seja, desenvolve a mente de deus, ou nunca chegará a ter um único lampejo dos universos paralelos a sua volta.
            A Besta nos diz que não devemos revelar jamais o método pelo qual nós conseguimos nossas consecuções mágicas, e hoje é até possível entender porque, ele gostaria que não se instaura-se uma metanóia, um corrida de falsas informações sobre “conhecimento e conversação “ com o sagrado anjo guardião, pois somente este nome nos sugere um ser, belo, brilhante, pungente e  quando na verdade ele também é conhecido como “verdadeira vontade”. Pronto, desta forma a silhueta alada tomada pela primeira especulação dissolve-se por completo em nossas vãs filosofias.
            Uma destas outras formas pensamento que nós costumamos desenvolver ao longo de nossa carreira mística diz respeito a “verter todo o nosso sangue na taça de Babalon”. Costumeiramente imaginamos um grande e gostoso coito no qual nos entregamos completamente ao prazer, desejando que neste momento de expansão o ego seja completamente eclipsado, e não tendo mais onde se agarrar o nosso Jack e Hide interior sucumba por alguns instantes e tenhamos então a visão dos céus, e que tendo uma vez esta visão sejamos capazes de mante-la cada vez por um período de tempo maior, até que consigamos pleno domínio sobre este estado mental até que sejamos capazes de repeti-lo quando e onde quisermos.
            E novamente nos esquecemos ou fingimos não ligar para as nossas fraquezas interiores, nossas mentiras, mesquinharias, falta de confiança em nós mesmos, coisas que normalmente sublimamos em uma conversa com os outros ou em qualquer aula sobre magia ou yoga, tudo é fácil na teoria, afinal se levarmos tudo a sério veremos que realmente as coisas começam em nós e terminam diretamente em nós. Devemos então antes de mais nada deixarmos de nos auto enganar e achar que somos capazes de conversar com os Deuses ou os anciões do conhecimento, sem antes tentarmos a retificação interior, e também não vamos fazer desta frase uma epítome ao sofrimento uma chamada para um mergulho nos mares das desilusões, não devemos ficar atávicos as enormes torrentes  de joviais Cristos em imensas dores ensandecidas, fazendo de nós mesmos Mártires de nossas loucas causas “pois somos feitos para sermos Deuses, nos tornarmos mártires é apenas pagarmos um tributo a nossa sacrossanta incompetência”, não tendo nada a haver com as dificuldades de um pretenso caminho espiritual.
            Portanto nobres caminhantes e aspirantes a senda mágica, repito aqui o que me foi dito uma vez, quando acossados por algum problema devemos caminhar a volta de nosso macrocosmos assim com são as circunvoluções feitas em nosso circulo sempre sem perder de vista nosso microcosmos, desta maneira estaremos nos vendo por ângulos diferentes, e devemos nos ajustar sempre para conseguirmos o equilíbrio perfeito, ajustes são sinônimos de mudanças, não devemos ter medo de mudar, mudar de idéia, de opinião , nossas maneiras, nossos empregos, ou seja, tudo aquilo que nos sugere de ante mão um estabilidade, pois ela pode nos ser tão falsa quanto todo o resto em nosso mundo de sombras. Isto nos leva também a dissolução compulsiva de nosso ego, pois ele é incapaz de manter as rédeas da situação em um mundo em constante movimento, pois sua natureza é evidentemente estática.
            Nos mais posso somente acrescentar dois conselhos aos novos aspirantes, quando ouvirem dizer que “as árvores nunca crescem até os céus”, não se deixem levar pela impossibilidade, mas acalentem-se na beleza de saber que ainda existe a chance de serem as primeiras, não posso deixar de lembrá-los que “os cães ladram, e a carruagem passa”, em algumas das vezes por cima de alguns dos cães, portanto, evitem ser mais um a ladrar a beira da estrada, os riscos para isto não são pequenos.

93.93/93

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