A idéia do antropocentrismo nunca esteve tão perdida
como na atualidade. O termo que designa a centralização do ser humano em
relação ao restante do universo faz parte de algumas linhas de pensamento filosófico
e crenças religiosas. Esse ideal localiza espacialmente o núcleo de todo o
espaço, sendo esse reservado ao próprio indivíduo, o qual tem o poder de
decisão, e assim sendo, a autoridade de modificar seu entorno.
Nesta
reflexão não se intui a idéia de discorrer sobre o conceito e discussões acerca
do antropocentrismo, mas trazer à tona uma visão atual sobre esse paradigma
presente há séculos em nossa sociedade e que aflorou nas últimas décadas
simploriamente como um hábito de vida. Veementemente observa-se que as redes
sociais chegaram para modificar os processos de comunicação entre as pessoas,
seja por meio de fotos, vídeos, áudios ou mensagens escritas.
A
ampliação da comunicação possibilitou um aumento exorbitante na rede de
amizades e contatos antes isolados geograficamente, abrindo portas para novos
relacionamentos e vinculação com outras culturas e sociedades.
Nesse
mesmo ponto, as redes sociais deveriam tornar-se abrigo para a ocorrência do
antropocentrismo em sua essência, ou seja, por mais que o conceito de rede de
contatos e globalização das idéias ganhe notoriedade na internet, o próprio
indivíduo deveria tornar-se mais cônscio de sua mobilidade e potencial da
mudança que ele por meio da globalização pode provocar.
Nesse
sentido, se observa que do mesmo modo que a interações humanas neste século
tornaram-se improdutivas e maléficas, alguns passos foram dados para a
superficialidade das relações, principalmente na abrupta necessidade de
engrandecer seu próprio ego, sem medir esforços ou restrições para tal façanha.
E nesta sanha de imposições de pontos de vistas e o medo do confrontamento
intelectual, começamos a erguer barreiras na falsidade intelectual espalhando a
cultura irrestrita do medo.
Este
tornou-se presente a cada passo de nossa existência, a instabilidade política a
insegurança local e internacional, medos de doenças, das medidas tomadas contra
elas. Medo do futuro, simplesmente o medo pelo medo. A sociedade medrosa
tornou-se uma doente crônica, expandindo este malefício a todos os cidadãos.
Como
zumbis que inexoravelmente vagam em busca de comida, os seres adoentados vivem
vibrando e criando as mesmas condições nas quais já estão imersos. Nesta
situação poucos são aqueles que
conseguem manter os narizes fora da poça de destruição e ainda conseguem assim
trazer alguma pouca esperança de recuperação da humanidade.
A
promoção de nosso inimigo intimo que se esconde nas tantas facetas dos medos
acabou virando uma metanóia, um culto assombroso, nos arrastando pelas plagas
da religiosidade cega, delegando alhures poderes que são apenas nossos,
forçando-nos a nos relegar ao plano de meros "macacos falantes".
Ou
a humanidade supera esta supervalorização do medo, ou com certeza ele se
apossará de nosso egos e fará deste mundo um horror de expiações, dores e
lagrimas bem mais acentuado do que hoje
já experimentamos.
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