A Teoria do Sujeito, ou Subjetivismo, tem por objetivo
resgatar a verdadeira relação entre sujeito e objeto, e reconquistar o
humanismo social.
A Cosmoética dá segmento à análise
subjetivista, colocando a utilidade desta abordagem, visando o crescimento
consciencial da humanidade.
Introdução
O Subjetivismo pode ser definido
como uma abordagem, apesar de que sua conceituação já se distancia da proposta,
que é, acima de qualquer coisa, “tomar a atitude de sujeito, em oposição, ou
complementação, ao objeto”, seja ele o que for".
A Cosmoética é, ao contrário do que
se fez supor, uma consequência do subjetivismo, e não o contrário. Quando o ser
humano atinge a plena consciência de sujeito, com desapego total do objeto,
acaba por alcançar, inevitavelmente, uma Cosmoética lúcida, e total.
Prática
Talvez a característica mais
expressiva e significativa da abordagem subjetivista seja o fato de que a
prática precede a teoria. Isto é uma condição si ne qua non, tendo em vista que só pode haver teoria
pós-concebida por uma experiência ou percepção do sujeito, através de
comunicação com o mundo objetivo. A teoria pré-concebida, ou preconceito, é
falha diante da lei natural.
A comunicação do sujeito com o mundo
objetivo em questão, se dá através dos sentidos, sejam eles quais forem, ou
quantos forem; isto é um fato. É fato também que a comunicação varia de acordo
com o nível de lucidez deste sujeito e, ainda, com o grau da matéria do mundo
objetivo . Daí surgirá o resultado da percepção, e em caso ativo, a ação.
O sentimento é de caráter interno ao
sujeito, não sendo dependente de matéria alguma. Há no entanto uma expressão,
muito falha ainda, do sentimento, que é a emoção. As emoções, paixões e apegos,
são projeções materiais de sentimentos subjetivos; são como sombras dos
sentimentos.
Viver é a Prática do Sujeito. Esta
na vida, na vivência, o laboratório de aprendizado do sujeito. É através das
experiências com e no mundo objetivo que o sujeito adquire maior grau de
lucidez. Isto é evolução.
A sinonímia tradicional pode
esclarecer – para aqueles que a dominam – e no entanto confundir aos que a
desconhecem: espírito, atman,
consciência, self, são sinônimos do
termo sujeito.
Teoria
A teoria vem a sistematizar, e de
certa forma até provar, o subjetivismo como lógico, simples e real.
Sistematizar é uma necessidade atual
da raça, o que então prova que há uma necessidade de interação entre o sujeito
e algum objeto, para que a experiência do sujeito seja válida e palpável.
O sujeito usa então a matéria para
ganhar consciência de si. Isso mostra uma gradual “abertura dos olhos”, um
acréscimo gradual de consciência e lucidez por parte do sujeito.
Mas, se o sujeito cresce em
consciência, quase matematicamente poderíamos dizer que ele parte de um estado
puro ou “virginal”, como usa o jargão tradicional, e após afundar-se totalmente
na matéria, no mundo objetivo, passa a voltar-se para sua verdadeira natureza,
a consciência.
Isso nos remete à distinção entre
sujeito e objeto, ou consciência e matéria, e traz o questionamento sobre esta
“imaginária linha divisória”, que é sutil.
Ora, para comprovar que esta linha
na verdade não existe como limite, utilizarei o exemplo do cálculo diferencial
e integral, mas poderia utilizar qualquer outra ciência como apoio, que não a
matemática; isso por que a verdade é uma só, ainda que vista por posições
diversas.
No cálculo diferencial, os limites
de direita e esquerda de uma função contínua são o mesmo, diferindo apenas no
ponto de vista, se maior ou menor, se pela “direita” ou pela “esquerda”, se “de
cima” ou “de baixo”.
Este “de cima ou de baixo” vem
enfatizar o fato de que para o sujeito, tudo que está a um grau consciencial
inferior é objeto; o inverso também.
Isso, que na hiponímia tradicional
chama-se panteísmo esotérico, vem a organizar nossa concepção holística do
universo, e assim percebe-se que sujeito e objeto são, em essência, a mesma
coisa, só variando em grau de lucidez.
Evolução
Tomar como princípio o que sabemos e concordarmos a
respeito de nossas possibilidades atuais com relação à maneira pela qual nos
comunicamos com o mundo objetivo, e fazer uma análise de um desenvolvimento
possível desta comunicação, ou interação,
ou até atuação, voltamo-nos para o conceito de EVOLUÇÃO.
Quando dei o exemplo de uma função
contínua, certamente exclui o de uma função descontínua, com “saltos”. Estas
descontinuidades, ou saltos, são pontos críticos, assim como o da passagem da
água do estado sólido para o líquido. São passagens sem uma suavidade
perceptível.
Quando falamos em evolução,
visualizamos um ponto crítico à frente do caminho (desenvolvimento seria uma
passagem contínua, suave, sem saltos),
que sinaliza uma mudança de estado, que no caso subjetivo, seria uma acréscimo
de lucidez consciencial.
Mas, e no caso do objeto? O objeto
evolui? Sim, uma vez que objeto e sujeito são em essência a mesma coisa. O
objeto não é mais que sujeito em potencial, ou sujeito sob um ponto crítico
ainda não alcançado e inferior ao do sujeito que o percebe.
Disciplinas
Certas disciplinas podem funcionar como catalisadores
para a ultrapassagem destes pontos críticos. Estas práticas, que chamarei de disciplinas,
são na verdade todas encontradas na tradição da humanidade, nas diversas raças,
sob diversas formas. Exemplos sensíveis são o Yoga, o Kung-Fu, o Xamanismo, a
Magia, a Alquimia e, sinteticamente e originalmente, a Religião, a típica
Religião-Sabedoria dos povos antigos.
Atualmente temos também grandes exemplos de grupos que
se esforçam por resgatar esta cultura, seja através de um resgate propriamente
dito destas disciplinas, seja por uma versão original e nova. O que deve servir
como critério é o pragmatismo como base para o sistema.
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