quarta-feira, 19 de junho de 2019

subjetivismo e cosmoética


A Teoria do Sujeito, ou Subjetivismo, tem por objetivo resgatar a verdadeira relação entre sujeito e objeto, e reconquistar o humanismo social.
A Cosmoética dá segmento à análise subjetivista, colocando a utilidade desta abordagem, visando o crescimento consciencial da humanidade.

Introdução


O Subjetivismo pode ser definido como uma abordagem, apesar de que sua conceituação já se distancia da proposta, que é, acima de qualquer coisa, “tomar a atitude de sujeito, em oposição, ou complementação, ao objeto”, seja ele o que for".
A Cosmoética é, ao contrário do que se fez supor, uma consequência do subjetivismo, e não o contrário. Quando o ser humano atinge a plena consciência de sujeito, com desapego total do objeto, acaba por alcançar, inevitavelmente, uma Cosmoética lúcida, e total.

 

Prática


Talvez a característica mais expressiva e significativa da abordagem subjetivista seja o fato de que a prática precede a teoria. Isto é uma condição si ne qua non, tendo em vista que só pode haver teoria pós-concebida por uma experiência ou percepção do sujeito, através de comunicação com o mundo objetivo. A teoria pré-concebida, ou preconceito, é falha diante da lei natural.
A comunicação do sujeito com o mundo objetivo em questão, se dá através dos sentidos, sejam eles quais forem, ou quantos forem; isto é um fato. É fato também que a comunicação varia de acordo com o nível de lucidez deste sujeito e, ainda, com o grau da matéria do mundo objetivo . Daí surgirá o resultado da percepção, e em caso ativo, a ação.
O sentimento é de caráter interno ao sujeito, não sendo dependente de matéria alguma. Há no entanto uma expressão, muito falha ainda, do sentimento, que é a emoção. As emoções, paixões e apegos, são projeções materiais de sentimentos subjetivos; são como sombras dos sentimentos.

Viver é a Prática do Sujeito. Esta na vida, na vivência, o laboratório de aprendizado do sujeito. É através das experiências com e no mundo objetivo que o sujeito adquire maior grau de lucidez. Isto é evolução.

A sinonímia tradicional pode esclarecer – para aqueles que a dominam – e no entanto confundir aos que a desconhecem: espírito, atman, consciência, self, são sinônimos do termo sujeito.

Teoria


A teoria vem a sistematizar, e de certa forma até provar, o subjetivismo como lógico, simples e real.
Sistematizar é uma necessidade atual da raça, o que então prova que há uma necessidade de interação entre o sujeito e algum objeto, para que a experiência do sujeito seja válida e palpável.
O sujeito usa então a matéria para ganhar consciência de si. Isso mostra uma gradual “abertura dos olhos”, um acréscimo gradual de consciência e lucidez por parte do sujeito.
Mas, se o sujeito cresce em consciência, quase matematicamente poderíamos dizer que ele parte de um estado puro ou “virginal”, como usa o jargão tradicional, e após afundar-se totalmente na matéria, no mundo objetivo, passa a voltar-se para sua verdadeira natureza, a consciência.

Isso nos remete à distinção entre sujeito e objeto, ou consciência e matéria, e traz o questionamento sobre esta “imaginária linha divisória”, que é sutil.
Ora, para comprovar que esta linha na verdade não existe como limite, utilizarei o exemplo do cálculo diferencial e integral, mas poderia utilizar qualquer outra ciência como apoio, que não a matemática; isso por que a verdade é uma só, ainda que vista por posições diversas.
No cálculo diferencial, os limites de direita e esquerda de uma função contínua são o mesmo, diferindo apenas no ponto de vista, se maior ou menor, se pela “direita” ou pela “esquerda”, se “de cima” ou “de baixo”.
Este “de cima ou de baixo” vem enfatizar o fato de que para o sujeito, tudo que está a um grau consciencial inferior é objeto; o inverso também.
Isso, que na hiponímia tradicional chama-se panteísmo esotérico, vem a organizar nossa concepção holística do universo, e assim percebe-se que sujeito e objeto são, em essência, a mesma coisa, só variando em grau de lucidez.

Evolução


Tomar como princípio o que sabemos e concordarmos a respeito de nossas possibilidades atuais com relação à maneira pela qual nos comunicamos com o mundo objetivo, e fazer uma análise de um desenvolvimento possível desta comunicação, ou interação,  ou até atuação, voltamo-nos para o conceito de EVOLUÇÃO.
Quando dei o exemplo de uma função contínua, certamente exclui o de uma função descontínua, com “saltos”. Estas descontinuidades, ou saltos, são pontos críticos, assim como o da passagem da água do estado sólido para o líquido. São passagens sem uma suavidade perceptível.
Quando falamos em evolução, visualizamos um ponto crítico à frente do caminho (desenvolvimento seria uma passagem contínua, suave,  sem saltos), que sinaliza uma mudança de estado, que no caso subjetivo, seria uma acréscimo de lucidez consciencial.
Mas, e no caso do objeto? O objeto evolui? Sim, uma vez que objeto e sujeito são em essência a mesma coisa. O objeto não é mais que sujeito em potencial, ou sujeito sob um ponto crítico ainda não alcançado e inferior ao do sujeito que o percebe.

Disciplinas


Certas disciplinas podem funcionar como catalisadores para a ultrapassagem destes pontos críticos. Estas práticas, que chamarei de disciplinas, são na verdade todas encontradas na tradição da humanidade, nas diversas raças, sob diversas formas. Exemplos sensíveis são o Yoga, o Kung-Fu, o Xamanismo, a Magia, a Alquimia e, sinteticamente e originalmente, a Religião, a típica Religião-Sabedoria dos povos antigos.
Atualmente temos também grandes exemplos de grupos que se esforçam por resgatar esta cultura, seja através de um resgate propriamente dito destas disciplinas, seja por uma versão original e nova. O que deve servir como critério é o pragmatismo como base para o sistema.

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